Fauna e Flora

Fauna e Flora

O topónimo VAQUEIROS reflecte a característica pastoril da localidade.
Nos meados do século passado, o mato cobria grande parte desta zona.
Em muitos locais a vegetação espontânea constituída fundamentalmente por sobreiros, azinheiras e medronheiros.

cabana
 
Cabana de pastor num local alto sobre a Ribeira da Foupanilha, perto do monte de Pão Duro. São geralmente feitas de ramos e cobertas de palha ou canas. Não deixam entrar nem o vento nem a chuva.   Foi habitat de veados, javalis, lobos e raposas, para só referir os de maior porte.
Javali, animal selvagem que existe em grande número na freguesia.

 

 
A magra colheita destas encostas pedregosas é toda feita à custa de trabalho manual. É um trabalho que requer perícia e a foice deve estar bem afiada. Os ceifeiros usam canudos de cana para proteger os dedos.   Nos cercados, ao abrigo do pastoreio, desenvolvem-se as oliveiras a partir da enxertia de Zambujeiros.


Veio o período das arroteias que proporcionou a cultura cerealífera, principalmente a do trigo. Começa a plantação de alfarrobeira, amendoeira e figueira.

  A maior parte dos ribeiros do sul de Portugal seca durante os meses de Verão deixando um leito argiloso e alguns pegos onde vão beber aves e rebanhos de cabras e ovelhas. No fim do Verão, cresce em profusão o belo loendro, indígena, de flores cor-de-rosa.


O montado existente, segundo parece, granjeou alguma fortuna aos proprietários que nos primeiros anos deste século, forneciam lenha e carvão para o comboio acabado de chegar a Vila Real de Santo António. Os cereais, um talhão de hortejo, a pastorícia de gado miúdo e a amêndoa, constituem as fontes de manutenção deste povo.

Nos vales do ribeiro crescem narcisos em quantidade. O narciso-de-inverno é o primeiro a florir, por alturas do Natal, seguido das campaínhas-do-monte, que se encontram em locais mais pedregosos, no início da primavera. Durante a primavera muitos ribeiros proporcionam as condições necessárias ao desenvolvimento de grande quantidade do perfumado Narcisos jonquilha (junquilho) que é também plantado nos jardins.

No garrigue degenerado, que foi pastado por cabras e ovelhas, há uma orgia de cor durante o curto período da primavera em que muitas plantas bolbosas e anuais emergem do solo seco, após as primeiras chuvas. Lírios e cebola-albarrã, com as suas bonitas hastes de flores brancas, cobrem grandes extensões com a alta Linaria, amarela, a minúscula Linaria amealhaste de cor púrpura, e a Heleanthemum anual, cujas flores têm as pétalas amarelas e o centro castanho. No inverno, grandes bandos de tarambolas-douradas comem no solo, enquanto grande número de aves migratórias, especialmente chascos-cinzentos e alvéolas-amarelas, podem ser vistos cruzando as encostas.
Os vales dos rios estão cheios de pássaros pequenos, nomeadamente cartaxos, cotovias, alvéolas-cinzentas, rabiruivos-pretos, pintassilgos e chamarizes, para além de uma multidão de felosas.


O número de mamíferos não é tão grande, mas pode encontrar-se o javali, nos vales dos ribeiros, bem como a raposa, o saca-rabos, o coelho, a lebre e a gineta. O veado introduzido na região para caça desportiva, pode por vezes ser visto nas vizinhanças das reservas de caça. Nos princípios da década de setenta do nosso século, a aquisição de uma grande propriedade a que se juntaram outras mais pequenas, posteriormente vedadas, teve o intuito de formar uma espécie de coutada. Quem quisesse semear, podia fazê-lo livremente, sendo-lhe garantido um número mínimo de sementes. Este sistema possibilitava a alimentação de perdizes. O abata de lagartos, cobras e outros animais que dizimavam as posturas, era também recompensado.

O Ex-Presidente da República, Américo Tomás, aqui se deslocava para caçadas que reuniam as maiores figuras da época. O remexido e seus sequazes açoitaram-se muito nesta região. Daí a existência de designações como a “horta dos guerrilhas”, o “cemitério dos guerrilhas” e outras que ainda perduram. Tem-se conhecimento do roubo feito pelo Sargento Ventura, na casa do Prior de Vaqueiros, que montou a 9.600 réis. Nos subúrbios da aldeia existiam algumas herdades e um morgadio, cultivados à ração ou por arrendamento com renda em produtos da terra. O morgadio desmembrou-se nos meados do século XIX.

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